Wednesday 20 September 2017

Stockholm I

A nossa visita de 3 dias a Estocolmo foi uma lufada de ar fresco.
Voamos diretamente para Arlanda. Tendo adquirido os bilhetes previamente online, foi só apanhar o Arlanda Express e 20 minutos depois estavamos na Stockholm Centralstation.
A cidade recebeu-nos com céu muito carregado e alguma chuva, por isso resolvemos alugar um locker na estaçao durante um par de horas para a bagagem. Fomos a uma loja Pressbyran comprar os nossos Travelcard e como já tardava decidimos ir almoçar. Apanhamos o metro para Östermalms e saimos em direcçao ao Mercado de Saluhall. Tinha lido excelentes reviews acerca deste restaurante dentro do Mercado, que só serve peixe/marisco, e por isso estava muito curiosa.   


Após um fantástico e reconfortante almoço, fomos explorar um pouco mais o centro da  cidade a pé. Ainda chuviscava quando decidimos ir fazer o Check in ao Hotel e aproveitar para desfrutar da  Happy Hour do Executive Lounge, que incluía uma agradável seleção de pratos típicos e quentes, e que por esse motivo era bastante concorrido.
Como a chuva terminara e o dia estava ainda bastante claro, resolvemos apanhar um Tram até Djurgården, a ilha dos museums Nordiska, Vasa, Skansen, Abba, etc, para apreciarmos o lindo entardecer que entretanto se fazia sentir. De regresso e como nesse fim de semana decorria o Festival Cultural de Estocolmo em Kungsträdgården, fomos assistindo aos diversos concertos e actuações de rua ao longo do "Jardim do Rei". O percurso de regresso ao hotel foi feito através da zona mais antiga,  mas não menos vibrante da cidade, Gamla Stan.



Tuesday 19 September 2017

Room with a View - Stockholm

View from our Suite @ Hilton Stockholm Slussen


Devaneios

"O poeta é um fingidor.
Finge tao completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente"

Fernando Pessoa

A carruagem estava vazia e por isso escolhi o meu lugar preferido à janela, ligeiramente aquecida e iluminada por uns timidos raios de sol. Aos primeiros solavancos, deixei o pensamento voar solto e inevitavelmente voltei aos acontecimentos dos ultimos 2 meses. Uma vez mais, questionei-me: como foi possivel?! E de repente veio-me à memória os primeiros versos de um poema de Fernando Pessoa .. De tanto criar uma ilusão, de tanto fingir e repetir, acabei sem me dar conta acreditando profundamente numa mentira, enganando-me sobretudo a mim mesma e colocando toda a minha energia e esperança numa causa da qual sabia à partida, ser impossivel sair vencedora. Dizem que a diferença entre ficção e realidade é... que a ficção tem de fazer sentido. E o choque da realidade nao poderia ter sido mais brutal.
Sinto-me a sair de um longo caminho percorrido e a finalmente deixar o torpor dos ultimos meses para trás. Quero delinear um novo percurso, novos objectivos. E novamente perdida em devaneios, dei por mim a recordar as palavras de um outro conhecido poeta português :

"Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
— Sei que não vou por aí."

José Régio