Enquanto viviamos em Portugal, tive a sorte de ser mãe a tempo inteiro, o que me permitia acompanhar o meu marido em várias viagens de trabalho. E sem dúvida isso ajudou a desmistificar essa ideia de que depois dos filhos nascerem acabaram-se as viagens. Para muitas pessoas, filhos e viagens parecem ser incompativeis.
Há 20 anos não havia as facilidades que existem hoje em dia, e sempre viajamos bastante até a minha filha entrar para a escola primaria. Depois abrandamos um pouco o ritmo, por motivos obvios, até porque mudamos de país e tivemos que começar tudo do zero. Agora que ja nao temos de obedecer a datas escolares, retomamos o ritmo das viagens, a maioria a dois.
Claro que a chegada dos filhos exige organização. Sim, as criancas dao trabalho, MUITA ginástica financeira e adaptação a novas formas de viajar, conforme as diferentes etapas de vida. Mas lembro que as crianças crescem num instante...
Por exemplo, recentemente na nossa viagem em familia a Hong Kong, deparei-me com uma situação caricata, e que ilustra como a falta de planificação pode arruinar uma viagem. Estava no lobby do hotel, pois tinha ido consultar o concierge, e enquanto esperava pela minha familia, dei-me conta de uma mãe Inglesa com 3 crianças a ter um ataque de nervos. Pelo que percebi, a senhora tinha ido acompanhar o marido numa viagem de negócios e tinha planeado distrair as crianças com uma visita ao park da Disneyland. O problema? Chovia torrencialmente! E ela não sabia como havia de os manter entretidos. Para além disso, o filho mais novo de 6 anos estava com uma pequena hemorragia nasal. Notando o histerismo da senhora, e tendo inadvertidamente ouvido a conversa, tentei ajudar mostrando-lhe a melhor forma para estancar o sangue do nariz. No entanto, a dita senhora decidiu rumar ao quarto do hotel e pôr os miudos a ver televisão. Enquanto nós decidimos ir visitar...
o Hong Kong Museum of History!