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Wednesday 25 May 2011

Um dia....

"Memories wash over you like a tremendous wave. Take this opportunity to write everything down, while the images are clear. You can turn these scenes into a powerful story or memoir."

Monday 16 May 2011

Curiosidades

Numa das minhas idas à loja da caridade, encontrei um pequeno guia do Peak District novinho em folha que facilmente cativou a minha atenção. Assim descobri este fantástico local:  Crich Tramway Village. 

A ideia está muito bem concebida. Um museum com vários espaços cobertos e ao ar livre para explorar os Eléctricos através dos tempos. Há zonas dedicadas aos mais pequenos e áreas para picnic se o bom tempo permitir.


Mas o momento alto foi quanto nos deparamos com estes dois magnificos exemplares Portugueses: o 9 e o 273 que fazia o percurso do Infante, ambos do Porto*  e que me trouxe recordações dos tempos de estudante em que apanhava o eléctrico da Avenida da Boavista para a Foz, (e que parece ter desaparecido totalmente).

Posted by Picasa
* Foi-nos explicado que o facto de nao possuirem eléctricos do Sul deve-se à diferença de medidas que existe no diametro das rodas entre os Eléctricos do Porto e os de Lisboa (algo que eu desconhecia).


Thursday 13 January 2011

Saudades da Vida

Uma ocasião uma jornalista perguntou a Vinicius de Morais se tinha medo da morte.

O poeta respondeu com um sorriso:

- Não, minha filha. Tenho saudades da vida.



De tempos a tempos esta frase de Vinicius regressa-me à ideia. Penso: de que terei saudades, eu? Maça-me morrer porque se fica defunto muito tempo. Estou certo que o meu pai anda chateadíssimo no cemitério, sem livros, sem música, sem oportunidades para ser desagradável. O meu avô, tão diferente do filho, já deve ter feito montes de amigos por lá, todos a comerem percebes à volta de uma mesa grande. E o meu tio Eloy joga às cartas com os outros, a sorrir de satisfação quando lhe saem naipes bons. Costumava inchar na cadeira, a olhar para eles, repetindo

- Muito bem, senhores oficiais

da mesma maneira que, se as coisas corriam mal, se lamentava

- Há muitos anos que sou beleguim e nunca vi uma coisa assim


e vejo-o daqui, sem uma prega, elegantíssimo. A minha tia Madalena lê livros grossos, a minha tia Bia ensina piano e eu sinto medo de não haver papel, nem caneta, nem amigos, nem mulheres. Mas, voltando a Vinicius de Morais, de que terei saudades? De acordar de manhã, no verão, rodeado de cheiros que zumbem? Do mar em Vila Praia de Âncora? Dos cães ferrugentos de Colares e dos seus olhos lamentosos? Da Beira Alta? Da Beira Alta sem dúvida, e do juiz que se gabava de parar o pensamento. Dos gatos que ao fecharem os olhos cessam de existir e se transformam em almofadas de sofá? Da minha filha Isabel ao levá-la a um museu para lhe encher de amor pela beleza os tenros neurónios:

- Estás a gostar?

- Acho um bocado aborrecente

e não tive coragem de dizer que também acho os museus um bocado aborrecentes. Não ligava muito aos quadros, ou antes não ligava um pito aos quadros mas, na época de eu criança, havia escarradores cromados, a cada dez telas, que me interessavam muitíssimo. O problema é que nunca soube cuspir em condições. Ainda hoje não sei cuspir decentemente e, não estou a brincar, envergonho-me disso. No transporte para o liceu sempre admirei os cavalheiros que tiravam um lenço muito bem dobrado da algibeira, o abriam numa lentidão preciosa, puxavam a alma dos pulmões, depositavam-na no lenço num gorgolejo de ralo, competente, profundo, examinavam a alma com satisfação, tornavam a dobrar o lenço e faziam o resto do trajecto com ela nas calças. Talvez seja por isso que nem lenço uso: quando me acho fungoso luto comigo mesmo para não limpar o nariz na manga: a maior parte das vezes consigo. Vou ter saudades daqueles que se assoam com dignidade e estrondo e dos outros, mais comuns, detentores de um poder de síntese que, desgraçadamente, me falta. Passa uma rapariga e eles, logo

- És muita boa

numa concisão admirável, a acotevelarem um sócio distraído

- Viste?

O sócio já só apanha a rapariga ao longe mas concorda por solidariedade

- Chega o verão e descascam-se logo

e o do poder de síntese remata

- Todas umas putas

que é um ponto final que não admite acrescentos, ei-las catalogadas em definitivo, de modo que se passa aos méritos da cerveja preta que, além de acabar com a sede, é óptima para tirar nódoas, seja na camisa, seja no estômago

- Até limpam as úlceras

limpam as úlceras e amortecem o presunto:

- Se as pessoas mamassem uma preta a meio da tarde ninguém adoecia.


Segue-se a inspecção da sola do sapato

- Olha-me para a porcaria deste buraco aqui

e um discurso acerca das fragilidades e misérias do cabedal. Terei saudades disto? Do senhor da mercearia ao pé de mim vou ter de certeza. Está sempre sozinho na loja, atrás do balcão, educadíssimo. Se lhe comprar um maço de cigarros e disser

- Obrigado

responde de imediato

- Obrigado somos nós

num tom papal, que me leva a imaginá-lo cercado de criaturas invisíveis para mim mas óbvias para ele, uma multidão de espectros sobre os quais reina com benevolência. Tem sobrancelhas grossíssimas que não vão inteiramente com os seus gestos fidalgos. Nunca vi ninguém entrar na mercearia a não ser eu. Mentira: uma ocasião estava lá uma velhota que comprou dois pêssegos, a contar o dinheiro como se estivesse a despedir-se para sempre de um filho único. Lembro-me que fitou as moedas, até elas se sumirem na gaveta, numa ternura que me rasgou ao meio o coração. Depois sumiu-se numa portinha ao lado, com uma pantufa no pé esquerdo e uma bota no direito. O degrau da portinha levou-lhe um quarto de hora a escalar. O senhor da mercearia, esquecido do

- Obrigado somos nós

abriu-me os horizontes

- É a dona Esperança que já foi muito rica.

Foi muito rica e agora um pêssego, uma sopinha talvez, os restos da riqueza no prego. Terei saudades disto, também? Para citar a Isabel a vida, de tempos a tempos, é aborrecente. Será que, há séculos, a dona Esperança muito boa? Será que o marido cuspia em condições? É pouco provável porque o marido, segundo o senhor da mercearia, doutor.

- Doutor de tribunais

especificou ele com admiração

- Doutor de tribunais

escutei eu já na rua. Penso que se o meu tio Eloy visse aquilo comentava

- Há muitos anos que sou beleguim e nunca vi uma coisa assim.

Eu também não, tio, eu também não. E, já agora, quando Vinicius de Morais se referia a saudades da vida em que vida pensava?"



António Lobo Antunes,  Revista Visão
 

Monday 6 December 2010

A ler

Ou melhor a tentar. Ainda estou no início, mas tenho tido quase que me obrigar a continuar... Para mim, que adoro ler, um livro tem que fluir naturalmente. O último livro que li foi tão bom, que acho que ainda estou sob o seu feitiço! 

P.S. - Gostei bastante do livro. O tema em termos históricos é muito bom. No entanto não fiquei fã do escritor.

Sunday 14 November 2010

Serões

E a comida continua a ser o mote para uns deliciosos convivios. Desta vez foi o Bacalhau que esteve na origem de um serão muito animado. A repetir!

Monday 1 November 2010

28.10


"To lose balance sometimes for love
  is part of living a balanced life."



Saturday 30 October 2010

E cá está ele...

ainda a fumegar!

Mais um Half-Term...

... mais uma ida a PT.
Desta feita ao Porto. Três dias de sol e calor.
Nunca antes a minha bagagem de mão veio tão recheada de iguarias: desta vez até bacalhau e polvo trouxe, além da habitual charcutaria, e ainda houve lugar para uns doces e um Pão de Ló!
Mais uns quantos livros (de bom grado teria traziado mais).
A sorte foi não me terem pesado a mala!

Monday 18 October 2010

Almoço à Portuguesa

(imagem tirada da net)

Com a chegada dos dias frios, eis que regressam também os Domingos passados à volta da mesa. Desta vez o pretexto foi o típico Cozido à Portuguesa. E não faltou o garrafão e os pasteis de nata para sobremesa. :)

Monday 27 September 2010

O tempo entre leituras

Como habitualmente uma viagem a Portugal não estaria completa sem trazer na bagagem um par de livros.
Assim tenho-me dedicado a por a leitura em dia. Dos novos titulos, "O tempo entre costuras", tem-se mostrado precioso.


O tempo arrefeceu imenso e a morrinha instalou-se. Retomam-se velhos hábitos (jantares a dois) e o fim de semana foi passado em casa cheia, entre uma picanha e um arroz de pato, e muito boa disposição ao som do piano.

Sunday 26 September 2010

Itinerários

Para mais tarde recordar...

Sintra
- Igreja de Colares - Quinta do Pé da Serra
Lisboa
- Docas- Bertrand-Sushi
- Castelo de S. Jorge - Bairro Alto - Restaurante Cocheira Alentejana - Chiado - Santini

Tuesday 21 September 2010

Lisbon


Casamento S&R

Quatro dias inesquecíveis!

Saturday 18 September 2010

Uma historia de amor

"O mundo só vai prestar
Para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um gato maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e Dona Andorinha."

Jorge Amado, O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá

Wednesday 8 September 2010

Em viagem II

Mas retomando o fio à meada...
O nosso primeiro contacto com Espanha foi um pouco complicado. Muitas obras, má sinalização, habilidosos na estrada, poucos hoteis e os que iamos encontrando over budget (esquecemo-nos que era epoca alta), o cansaço dos dias anteriores acumulando, e a ânsia de chegar cada vez mais forte. Apercebi-me, perdida em reflexões, que ir a Portugal por terra é mesmo uma viagem de Amor. Exige sacrifício!

Após  deixarmos as montanhas para trás, deparamo-nos com regiões quase desertas, onde as temperaturas elevadas e a aridez predominam. Foi num desses povoados que paramos para almoçar. Uma rua principal, onde mal se avistava vivalma, com 2 ou 3 lojas fechadas para a siesta, onde os unicos forasteiros éramos nós e um casal de motards Italiano. Mas assim que cruzamos as portas do saloon (parecia o far oeste), a festa era animada! e eu a sonhar com a bella da paella!! Nesse momento recordei com saudade, as divertidas histórias que os meus avós me contavam das suas viagens pela terra de nuestros hermanos.
Depressa retomamos caminho. Muitos e muitos kms depois assistimos ao por do sol, em solo português.

Mas uma das situações mais caricatas da nossa viagem foi com certeza o nosso "Momento Jurassic Park 2".
Aqui há muitos, muitos anos atrás, na nossa visita à Ilha da Madeira, o hotel onde estavamos hospedados preparou-nos um cesto de pic-nic todo catita, cheio de coisinhas deliciosas! Felizes da vida, partimos em busca de um lugar com a vista perfeita a condizer com a refeição, que se pretendia romântica! Pelo caminho da montanha iamos avistando mesinhas em pedra, até que numa delas parecendo-nos o sitio ideal resolvemos parar, mal acreditando na nossa sorte, pois estava completamente livre, só para nós! Ainda mal tinhamos começado a desembrulhar as iguarias do nosso cesto, eis que surge uma pequena largatixa ao fundo. Pouco tempo depois outra, e mais outra, e mais...E enquanto eu começava a sofer um nervoso miudinho e ia perdendo o apetite, o R. continuava a comer descontraidíssimo... "Isto está uma delícia! Tens certeza que não queres provar?!" dizia-me ele...  Até que eu olho por cima do meu ombro e vejo que a lagartixa tinha trazido a familia toda atrás, incluíndo os primos em 2º e 3º grau... ...
Só parei de correr quando entrei no carro!!

Ora na nossa viagem de regresso ao UK, após um tardio mas magnifico almoço de despedida aos sabores ribatejanos, trouxemos na marmita umas saborosas sanduiches de "Leitão dos Pobres" que a senhora do restaurante tão amavelmente nos havia preparado para o caminho. Várias horas depois, já em Espanha, encontramos um lugar de descanso, fora da estrada e junto a uns sobreiros que nos pareceu perfeito para devorarmos tão apetitoso pitéu! Estavamos calmamente instalados aproveitando o momento e admirando a paisagem quando surge uma vespa...e depois outra....e mais 2.....e..... De repente tinhamos um enxame a cobiçar o nosso jantar! Vá lá que dessa vez tinha a M. para me fazer companhia nas figuras tristes!! Lol....

Tentando evitar os erros da nossa ida por Espanha, na volta decidimos parar nas grandes cidades.
E ficamos a gostar muito de Salamanca!

Friday 13 August 2010

Dejá vu

"A sensação de vazio é palpável. Manchas descoloridas salpicam a parede onde antes estavam pendurados quadros e mapas. Os candeeiros foram desligados e vêem-se pilhas de revistas atadas com cordéis. Os panos de protecção dos móveis foram removidos e os tapetes enrolados. Uma vassoura encostada a uma das paredes. Um frasco de limpa-vidros pousado num parapeito e, por baixo, um rolo de papel desenrolado quase até meio da sala.
...
É difícil remover a vida vivida numa casa. É removida em sacos de lixo pretos e em caixotes(...) Vai para o Exército de Salvação e para a lixeira. Vai para novas paredes e para novas salas, talvez para um apartamento em Boston ou em Montreal. Irá um quadro ou uma pequena peça de mobiliário fazer a viagem de barco até à casa castanha e amarela em Frederick's Island? Para onde irão os sofás brancos? Ou a comprida mesa da sala de jantar à volta da qual a família tomou tantas refeições? "
 Anita Shevre,  A Casa na Praia

Thursday 12 August 2010

Em Viagem

Fazer viagens grandes não era novidade para nós.
Tendo ainda na mente a nossa viagem de carro Portugal-Itália, que nos deixou excelentes recordações, achamos que não iriamos ter problemas de maior. O nosso plano constava em poupar o dinheiro das portagens, escolhendo itinerários secundários e ir pernoitando aqui e ali em pequenos hoteis, permitindo-nos ter um contacto mais de perto com a cultura de cada país, ao invés das impessoais auto-estradas e respectivas áreas de serviço. Para tal resolvemos depositar total confiança no nosso Tom-Tom.

 Mas se na teoria tudo parecia ser simples, na prática mais pareciamos saídos do "Que Paródia de Férias 2"! (não sei se viram ou se recordam daquela cena do Griswold às voltas na rotunda o dia todo... quase a conseguíamos reproduzir na íntegra!!). É que conduzir um camião fora das auto-estradas  tem que se lhe diga...como viemos a perceber.

O Tom-Tom insistia em levar-nos por sitios de verdadeira beleza natural, atravessando pequenas e rústicas villas francesas mas que me deixava de cabelos em pé cada vez que a estrada teimava em estreitar, ou que aparecia um sinal a proibir a passagem a pesados, ou a altura era condicionada (num dos postos de abastecimento tivemos que utilizar garrafas de água para meter um pouco de gasoleo) . Claro que o R. continuava confiante e super optimista, com a descontração que lhe é habitual. Até que já prestes a trepar passeios, e a ver as fachadas dos prédios demasiado perto,  lá o "convenci" a escolher os itinerários principais novamente. Ou isso ou eu ia de avião! Ufa!!

 Mas o que viria a mostrar-se realmente fundamental quando o nosso Gps se avariou, foi a  irmandade existente entre os restantes camionistas com quem nos fomos cruzando. A alegria de encontrar nas estradas escuras e desertas um "Veículo Longo". Os conselhos que nos deram (tava na cara que eramos Rookies),  foram extremamente úteis nas decisões tomadas. E as histórias de vida, por terras longínquas...fascinantes. Mas fiquei com a certeza que não é de todo uma profissão fácil: longe de casa e da familia, muitas noites de viagem e basta um segundo, uma distração...

Da nossa travessia pela França recordo com especial carinho os entardeceres alaranjados nos extensivos campos agrícolas, os veados e pequenos grupos de lebres saltitando à nossa passagem, e as grandes máquinas agrícolas a trabalhar a terra, já depois do sol se pôr. Gostei em particular da nossa estadia em Tours e em Poitiers (junto ao Futuroscope), da nossa passagem pelas praias Biarritz, Bidart, St Jean de Luz ou o dia passado nas compras em Angoulême, e em Bordeaux.... Ficou o desejo de regressar um dia de carro, ao Vale do Loire e aos seus magnificos Châteaux.

Em França comemos muito bem. A começar pelos Mini Pain au Chocolat, passando pelo Carpaccio de Boeuf, Tornedós e afins, terminando com as Moules e as sobremesas divinamente apresentadas, tivemos a sorte de encontrar verdadeiros achados gourmets.

Monday 9 August 2010

Como tudo começou...

Há 5 anos atrás viemos para este país trazendo apenas na bagagem o que era possível. Para trás ficou, toda uma vida, a ganhar pó...

Há já algum tempo que queriamos trazer a nossa "casa" para cá mas só agora reuníamos as condições necessárias. Quando fomos pedir orçamentos às empresas de transportes, os valores eram altissimos. Então aqui o maridão começou por explorar outras opções. Como o R tem carta de pesados (apesar de eu nestes 12 anos nunca o ter visto conduzir um!) e de calculadora na mão acabamos concluindo que se comprassemos um pequeno camião (7.5t) e fizessemos nós mesmos a mudança, a viagem sairia bastante mais em conta, além de que poderiamos ir parando onde quisessemos e aproveitar para desfrutar um pouco de novos lugares. Estilo 2 em 1. E assim foi.

Quanto mais a data se aproximava, mais ansiosa eu ficava...
Seriamos nós capazes de concretizar tal ambição?
Mas assim que entramos no ferry, para a travessia de 2h que liga Dover a Dunkerque, comecei a relaxar. Afinal não poderia estar em melhores mãos...

P.s. As cadeiras de massagem do Kings Road Lounge tb deram o seu contributo :))

Sunday 8 August 2010

Saturday 7 August 2010

4725 km depois...

Mais coisa menos coisa... estamos de regresso, sãos e salvos, e com muitas peripécias na memória!
Uma viagem única e inesquecível para toda a familia, na cabine de um camião...

Friday 23 July 2010

Férias

Quase, quase a partir para mais uma das nossas aventuras...